Essa seria a pergunta obrigatória se alguém dissesse que vai fazer um em engenharia, pois poderia ser elétrica, mecânica, aeroespacial ou bioquímica. O mesmo aconteceria se fosse um mestrado em arquitetura, a questão é em qual ramo, pois poderia ir desde planejamento urbano até construção sustentável.
Quando se trata de Facility Management, a situação muda. Costumamos pensar que o título é suficiente, e não precisamos de mais explicações, o que é um erro e demonstra a falta de compreensão que existe.
Diversidade de Oferta
No mundo, existem 84 universidades que oferecem cursos de Facility Management, das quais 60 estão na Europa. Não há dois cursos iguais, cada um tem seu estilo e conteúdo. As disciplinas incluem assuntos semelhantes, mas não há um currículo comum porque nossa profissão não é regulamentada. Não é necessário ter um diploma para exercê-la, ao contrário do que acontece com advogados, médicos ou engenheiros. Cada centro de formação inclui o que considera apropriado, ou o que se aplica em cada mercado. Nos Estados Unidos, os cursos têm um caráter mais operacional, na Inglaterra, prevalece o foco no ambiente de trabalho, na Holanda, o tema da “Hospitalidade” é enfatizado, e nos países germânicos, há uma maior conexão com o setor imobiliário. Dando aulas em diferentes países, percebe-se que os alunos estão sendo preparados para um mercado específico. Mesmo nos programas internacionais, o foco muitas vezes está no país de onde se trabalhará.
Não há um curso de Facility Management em países de língua espanhola. Tentamos por anos, mas não conseguimos. As universidades não veem uma saída clara ou necessidade, e (apenas) em parte têm razão. O mercado não demanda nesses termos, as empresas não dão à área a importância que merece. Quantas empresas você conhece que têm um departamento de Facility Management, com esse nome? Eu conheço menos de 20 e temos projetos em mais de 30 países. Os profissionais que trabalham nesse campo, tanto do lado do cliente quanto do fornecedor, não são os mais bem remunerados. Não é uma carreira muito procurada, pois as perspectivas de emprego não são as mais atraentes.
Profissionalização
Digo que eles têm apenas parte da razão porque a necessidade existe, mesmo que não seja tão visível. É verdade que nossa jovem profissão não pode ser comparada a outras com centenas de anos de existência. A diferença é que, em cada empresa, não importa o setor ou o tamanho, deve haver alguém responsável pelos assuntos de FM. Pode ser uma pessoa ou uma equipe de várias centenas, mas, em qualquer caso, é necessária uma profissionalização que resultará em uma melhor operação. É aí que entra a formação e a capacitação. O que devemos ter em mente é que cada um precisa de algo diferente, um mesmo curso não serve para todos.
Foco Estratégico
Temos 3.000 horas disponíveis em 65 produtos diferentes, e mesmo assim não cobrimos tudo. Optamos por nos concentrar nas camadas de gestão e coordenação, sem entrar nas partes mais operacionais. Cobrimos a metodologia e os modelos setoriais de FM, abordando as principais áreas de especialização em sua parte mais estratégica. Nossos mestrados são “apenas” em Facility Management, embora um deles tenha o rótulo de internacional. Por isso, é necessário entender bem o que se está procurando. Para isso, realizamos uma breve entrevista para conhecer cada pessoa, seus objetivos, situação atual e expectativas futuras. Somos nós que perguntamos, “sobre o que você quer que seja o curso de FM?”